Vida Digital

AVISO: Esse post trata-se de um devaneio/reflexão/bla-bla-bla... Escolha a sua definição para esse amontoado... Discussões são bem-vindas, mas já espero baixo índice de retorno (maldita expressão aprendida com o Improvável)... Se for o caso, forte candidato a ser deletado... E não adianta o comentário ser TLDNR...

Ontem li no caderno Digital a coluna da Cora Rónai sobre o comportamento dos brasileiros online, falando que os brasileiros estão descobrindo o Twitter e já fizeram um ataque para ter mais seguidores que resultou na queda do servidor... Brilhante...

No mesmo dia, lendo o blog que postei ontem, encontrei o seguinte vídeo também sobre o Twitter (peguei a versão original, porque achei a dublagem brasileira meio fraquinha):
O passarinho do Twitter não parece o Ursinhos Do Mal do Avenida Q???? Adorei ele ficando revoltado e mandando o "Pick your next words wisely"... rs

Pois bem... Fiquei com o "None of you has any friends" na cabeça (sem interpretações depressivas, por favor... apenas fiquei divagando sobre questão de amizade virtual...)... Hj, em um tempo livre, futucando Orkut resolvi checar meus "fãs" e me relembrei (afinal era algo que já sabia) da quantidade de pessoas aleatórias que estão por lá... Para completar, me passam matéria no Globo sobre como redes sociais prejudicam o senso de moralidade... Por fim, Twitter também foi assunto do Fantástico... (Aparentemente, Globo começou a divulgar fortemente o Twitter...)

Comecei a pensar que estamos mesmo falando com "everyone and no one" e tornando nossa vida cada vez mais pública... Quer prova maior do que esta (prova que ainda é praticamente uma metalinguagem): eu já iniciei o post dizendo que achava que ninguém leria, mas mesmo assim estou aqui escrevendo... Ao colocar a coisa pública, gastamos menos tempo e tiramos de nós a responsabilidade pela falta de informação dos outros - afinal foi o outro que não acompanhou a atualização (lembrando o blog da viagem com isso)...

E sobre a rede social construída??? Alguns podem fazer por status ("Rá! Olha quantos amigos eu tenho! Olha como sou popular!"), outros por praticidade (conseguir gerenciar em um só lugar todos os contatos), mas acho que o principal fator é o tempo... Estamos acelerando cada vez mais nossas vidas e a tecnologia vai alimentando isso... Agora eu não consigo imaginar uma pessoa que realmente consiga manter contato com seus 3-dígitos-ou-mais amigos no Orkut... Não digo ser impossível, eu só não consigo imaginar como seja...

Admito que fiquei pensando como me encaixo nas "acusações" que eu mesmo criei... Acabo arranjando desculpas: apesar de estar usando o Twitter e todos os afins, direciono a poucas pessoas que são aquelas que realmente falo no mundo real... Ex.: o blog é lido pelas mesmas pessoas (apesar de ter a idéia de tentar divulgá-lo para ver o que acontece... rs)... Meu "antisocialismo" de só receber updates de poucos no Orkut, comprova essa minha postura (e me fez ficar um pouco mais aliviado)...

A nova firula, o Twitter, está me fazendo pensar sobre o quanto que realmente é preciso compartilhar... Com ele, fica muito fácil... Mas o quanto realmente interessa??? Por enquanto, acompanhar meus 5 é tranqüilo... Agora imagino como deve ser acompanhar 50... Impossível não??? Como filtrar???

Outra coisa que também pensei é sobre a presença da tecnologia... Recentemente, vi um vídeo no TED que usou o termo "culture of availability", e de fato "sofro desse mal":
Meu discurso, tanto atual ("querer ver como é ter internet disponível 24x7 através do uso do celular") quanto em restrospecto (disponibilidade em msn, por exemplo) me faz ver - e concordar - sobre esse termo... Agora, o ponto é: o quão ruim/bom é isso??? Tem como ser usado sabiamente??? Acho meio exagero alguns pontos, como "checar o celular significa que qualquer coisa é mais interessante que a situação agora", mas devo admitir que já sou bem dependente do celular e, nas poucas vezes em que estive sem ele, parecia que estavam todos me procurando...

Concluo pensando que em breve, se não já, serão necessárias novas categorias e a distinção entre elas talvez vá ficando cada vez mais difícil, como por exemplo, entre amizade real e virtual... Uma coisa que hoje já sinto falta é uma ter "perfis": eu quero ter um lugar centralizado, mas no qual eu possa me "apresentar" de forma diferente... É um pouco a idéia inversa (ou uma extensão?) do que ocorre atualmente, em que você decide quem pode e não pode ver tal conteúdo (idéia de bloqueio)... No meu caso, eu teria vários perfis e atribuiria eles para as pessoas... A partir daí, cada conteúdo poderia ser associado a perfis e só teria acesso quem pudesse ver aquele perfil... Dessa forma, por exemplo, meu avatar para amigos poderia ser diferente do meu avatar "profissional"... Ou isso é só uma forma de personalidades múltiplas virtuais... hehehehe

Parabéns para os guerreiros que conseguiram chegar até o final... Escrever coisas sem sentido, ainda mais à 1:30 não dá certo...

Complementando o post sobre a Susan Boyle, só para dizer que ela foi capa do Segundo Caderno de hoje e apareceu no Fantástico...

4 comentários:

  1. achei mto legal este post na verdade. Soh nao assisti ao video do TED por falta de tempo. Mas concordo plenamente com o q o cara disse no videozinho animado: "you don't have any friends!". É a maior verdade. Sinceramente, qdo vc precisar msm, os seus amigos de verdade serão aqueles com quem vc convive todos os dias, aqueles q realmente se importam com vc. Nao os q estao aih pra xeretar o q vc faz a cada segundo da sua vida!

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  2. O vídeo no TED é pequeno, só 4 minutos...

    Sim, tb acho que em momentos de crise, vão ser os "reais" que vão dar apoio... Mas e a solidariedade que existe entre os "virtuais"??? Ela existe... Prova recente disso: comentários no blog Papo de Política... Provavelmente completos desconhecidos se deram ao trabalho de escrever uma palavra de conforto diante de uma "crise"... (para entender a história, comece com esse post, depois esse e por fim esse...)

    Outro exemplo >> há muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito tempo atrás, um cara que jogava Everquest morreu e os amigos deles fizeram um funeral virtual para ele no jogo... Esse caso levanta um outro ponto que conversei ontem com a Marcela: já pensaram sobre o conceito de "identidade virtual"???

    Tipo, podemos ter várias delas, como por exemplo vários logins no Orkut: um associado a sua "identidade real" e outro usado para xeretar, por exemplo, prática cada vez mais comum... Nos descartamos deles também com facilidade, como apagar contas em sites... Isso só falando em coisas que têm associação direta com a pessoa, nem tô falando em gente que tem n e-mails pq vai criando e esquecendo senha...

    Essa situação leva a mais uma pergunta >> o que acontece com essas "identidades" que não são mais usadas??? Quem é responsável por apagar contas de e-mail (por exemplo) não usadas e com qual critério??? Agora, uma coisa q me fez pensar dita pela Simone: e se uma pessoa morrer, um amigo, vc teria coragem de apagar essa pessoa da sua lista de contatos??? Tipo, a pessoa continuaria de certa forma entre nós (por algum tempo?), no msn, orkut e afins... Quem apagaria ela??? Eu admito que não teria coragem: até hoje meu msn é povoado por pessoas que adicionei, acho q nunca apaguei conhecidos...

    É interessante pensar que nós vamos ser a geração da internet, na verdade só a primeira delas... E como vai ser isso??? Pior: como vai ser a próxima, que já nasceu com a internet popularizada e que já até desenvolveu seu vocabulário próprio e hábitos que não possuímos???

    A gente não vai se dando conta pois "vivemos a evolução"... Mas pára e pensa que, em menos de 10 anos atrás, a internet era grande parte discada (salve pulso único)... Há uns 15 anos, HD's estavam com menos de 5gb... Quando a gente nasceu, computadores nem eram populares... Hj é possível comprar um microSD de gigas, que é menor do que minha unha, e encaixar no seu celular, que é capaz de se conectar ao que quiser e fazer coisas que nem tínhamos imaginado (aliás, idéia para novo post...)... Eu acho bizarro...

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  3. Eu entendo sua certa admiração e angústia com essas novas tecnologias. Ainda acho que, como tudo na vida, o segredo é saber moderar. Usamos o orkut e o Twitter ocasionalmente, mas se o servidor cair não ficaremos desesperados ou ansiosos.

    Mas esse papo TED de celular só reforça minha opinião sobre o mesmo. Não precisa nem ir tão longe quanto o cara lá falou: basta ver como conversas volta e meia são interrompidas para se atender o aparelho. Acho que existe uma ansiedade um pouco maior do que o necessário para estar sempre disponível.

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  4. Gostei da escolha de palavras... Só q não sei bem se é angústia, diria mais curiosidade... Certamente moderação é palavra-chave e ansiedade com Orkut e Twitter realmente não tenho, mas com celular..........

    Okay, por curiosidade, inverter a pergunta >> vc acha que a "cultura da disponibilidade" é ruim, mas e quando acontece de você não achar uma pessoa??? Tipo ligar e não achar, tentar celular e nada... Qual a reação??? (supondo q você realmente queira falar com a pessoa)

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